CARÁTER CULTURALMENTE CONSTRUÍDO DA HUMANIDADE
Atividades: ENTREGAR ATÉ DIA 15/09/2020.
Esta sensibilização tem como objetivo
introduzir na discussão deste bimestre, cujas questões centrais são: O que nos
une como seres humanos? O que nos diferencia? Verificaremos que o que nos une
como seres humanos é também o que nos diferencia e que isso nada mais é do que
o fato de sermos seres culturais.
Dessa forma, ele se insere em um grupo
e na sociedade.
Logo, o que nos une são as nossas
diferenças, e elas são dadas pela cultura.
Grupos humanos diferentes, portanto,
têm culturas diferentes; isso significa dizer que quase nada no homem é
natural. Se apenas um grupo ou alguns grupos consideram uma forma de agir,
pensar e sentir como natural, então pode ter certeza de que não se trata de
algo natural e, sim, cultural. Tudo o que é natural para uns e não para outros,
não é natural. Pois natural seria o que faz parte da natureza humana, ou seja,
deveria ser o que é compartilhado por todos os seres humanos.
Somos todos seres culturais. Pode-se
dizer que não há uma natureza humana igual para todos os seres humanos, para
além da constatação de que todos temos a capacidade de ser diferentes entre
nós.
Na Índia, por exemplo, é comum as
mulheres usarem o sari; já no Brasil, muitos povos indígenas andam nus.
Comer arroz e feijão também não é algo
natural, existem grupos no deserto que se alimentam de gafanhotos, e o escargot
(tipo de lesma) é uma iguaria na França.
Na nossa sociedade a noiva veste-se de
branco, mas em muitas sociedades a cor da roupa da noiva não é o branco.
Não são todos os povos que enterram
seus mortos. Como exercício reflita o que cada uma das cores a seguir, pode
usualmente simbolizar no Brasil.
Amarelo- Ouro, riqueza, dinheiro
Vermelho- Paixão, amor
Preto- Morte, escuridão, trevas Amor
Branco Pureza, vida, luz, paz etc.
Porém o branco e preto são simbolismo
pode mudar muito, dependendo da cultura de um povo.
Muitos povos orientais não associam o
branco à vida e à luz. Associamos "naturalmente" o branco à luz, ao
sol e à vida, e o preto, às trevas, à escuridão, à noite e à morte.
Nenhuma dessas associações é natural ao
ser humano, pois, caso isso fosse realmente natural, todos os indivíduos, em todas
as sociedades, fariam as mesmas associações. Se isso não ocorre, é por que
quase nada é natural no ser humano, e o simbolismo das cores é um exemplo de
como o que muitos consideram como "natural", na verdade, é fruto de
uma construção histórica, social e cultural.
Etnocentrismo e relativismo cultural
Para podermos aprofundar na discussão
sobre o homem como ser cultural, devemos discutir a respeito de duas posturas:
a do etnocentrismo e a do relativismo cultural.
Na primeira frase, a roupa é bárbara
porque é legal, moderna, diferente etc. Essa primeira conotação do uso do termo
tem um sentido positivo. Já a segunda frase mostra o uso do mesmo termo, mas
com uma conotação negativa. Origem palavra
A palavra bárbaro é de origem latina. A
frase de Montaigne fala sobre o etnocentrismo.
Talvez se lembrem da discussão feita na
aula de Filosofia; o sentido etimológico da palavra etnocentrismo:
etno = é uma palavra grega que
significa povo.
Etnocentrismo é a postura segundo a
qual você avalia os outros povos a partir de sua própria cultura.
Logo, o etnocentrismo é uma postura que
devemos evitar.
E tentar se colocar no lugar do outro e
compreender como ele pensa. Medo do outro e, acima de tudo, medo de nós mesmos.
Logo, não precisamos questionar nossa
maneira de agir, pensar ou sentir. Pois, quando olhamos o outro e procuramos
genuinamente compreendê-lo na sua diferença, muitas vezes não olhamos somente
para este outro. Ao aceitar o outro na sua diferença, muitas vezes somos
levados a refletir sobre nós. Ter essa atitude não significa deixar de ser quem
você é, e sim, aceitar o outro na sua diferença, colocar-se no lugar do outro.
A essa postura damos o nome de relativismo cultural.
Relativismo cultural
O relativismo cultural é a postura
segundo a qual você procura relativizar sua maneira de agir, pensar e sentir e
assim se colocar no lugar do outro. "Relativizar" significa que você
estabelece uma espécie de afastamento, distanciamento ou estranhamento diante
de syeus valores, para conseguir compreender a lógica dos valores do outro.
Um importante antropólogo chamado
Claude Lévi-Strauss pode nos ajudar nesta discussão sobre o etnocentrismo. Em
um artigo que escreveu em 1952 para a Unesco, ele disse que a interpretação e a
visão da diversidade se faz em função da própria cultura, e para essa discussão
ele usa como metáfora explicativa o trem e o andar do cavalo no jogo de xadrez
(LÉVI-STRAUSS, 1980). Ele comparou as culturas com os trens, para falar do
etnocentrismo, e, ainda, o desenvolvimento das culturas com o andar do cavalo
no jogo de xadrez.
Claude Lévi-Strauss é um dos mais
importantes antropólogos do século XX. Quatro anos depois, foi embora do nosso
país e desenvolveu, posteriormente, uma das mais importantes correntes da
Antropologia: o estruturalismo. Para falar sobre a ideia de que existiriam
culturas que não se moveriam ou se transformariam e o etnocentrismo, ele deu o
exemplo do viajante do trem: imaginem que cada cultura é um trem e nós somos os
passageiros. Nós olhamos o mundo a partir do nosso trem.
Qual é o trem que nós podemos olhar
melhor?
Aquele que caminha na mesma direção que
o nosso e na mesma velocidade, ou seja, de forma paralela.
Mas, se cada trem é uma cultura,
sabemos que as culturas não caminham todas na mesma direção e nem na mesma
velocidade. As culturas possuem formas diferentes de observar o mundo. Se uma
nos parece parada, isso ocorre porque não conseguimos compreender o sentido do
seu desenvolvimento.
Pois, já que a minha cultura é como um
trem, muitas vezes não consigo enxergar e compreender o que se passa nos outros
trens (nas outras culturas). Lévi-Strauss diz, ainda, que as culturas se
desenvolvem como anda o cavalo no jogo de xadrez.
No jogo de xadrez cada peça caminha de
uma maneira: a torre em linha reta, o bispo na diagonal e o cavalo em L, ou
seja, aos saltos. É equivocado considerar errada e pouco evoluída a cultura que
segue uma direção diferente da nossa, como se todas devessem seguir a mesma
direção, como se todas devessem andar da mesma forma.
https://www.youtube.com/watch?v=HpdPc60mkFA
valdecilima@prof.educacao.sp.gov.br
ATIVIDADES AVALIATIVAS:
a) – Defina a origem do termo Etnocentrismo.
b) – Explique o que é Relativismo Cultural.
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