quarta-feira, 2 de setembro de 2020

PROF. VALDECI - SOCIOLOGIA PARA OS 1º ANOS

 

CARÁTER CULTURALMENTE CONSTRUÍDO DA HUMANIDADE    

                                                             

Atividades: ENTREGAR ATÉ DIA 15/09/2020.

Esta sensibilização tem como objetivo introduzir na discussão deste bimestre, cujas questões centrais são: O que nos une como seres humanos? O que nos diferencia? Verificaremos que o que nos une como seres humanos é também o que nos diferencia e que isso nada mais é do que o fato de sermos seres culturais.

Dessa forma, ele se insere em um grupo e na sociedade.

Logo, o que nos une são as nossas diferenças, e elas são dadas pela cultura.

Grupos humanos diferentes, portanto, têm culturas diferentes; isso significa dizer que quase nada no homem é natural. Se apenas um grupo ou alguns grupos consideram uma forma de agir, pensar e sentir como natural, então pode ter certeza de que não se trata de algo natural e, sim, cultural. Tudo o que é natural para uns e não para outros, não é natural. Pois natural seria o que faz parte da natureza humana, ou seja, deveria ser o que é compartilhado por todos os seres humanos.

Somos todos seres culturais. Pode-se dizer que não há uma natureza humana igual para todos os seres humanos, para além da constatação de que todos temos a capacidade de ser diferentes entre nós.

Na Índia, por exemplo, é comum as mulheres usarem o sari; já no Brasil, muitos povos indígenas andam nus.

Comer arroz e feijão também não é algo natural, existem grupos no deserto que se alimentam de gafanhotos, e o escargot (tipo de lesma) é uma iguaria na França.

Na nossa sociedade a noiva veste-se de branco, mas em muitas sociedades a cor da roupa da noiva não é o branco.

Não são todos os povos que enterram seus mortos. Como exercício reflita o que cada uma das cores a seguir, pode usualmente simbolizar no Brasil.

Amarelo- Ouro, riqueza, dinheiro

Vermelho- Paixão, amor

Preto- Morte, escuridão, trevas Amor

Branco Pureza, vida, luz, paz etc.

Porém o branco e preto são simbolismo pode mudar muito, dependendo da cultura de um povo.

Muitos povos orientais não associam o branco à vida e à luz. Associamos "naturalmente" o branco à luz, ao sol e à vida, e o preto, às trevas, à escuridão, à noite e à morte.

Nenhuma dessas associações é natural ao ser humano, pois, caso isso fosse realmente natural, todos os indivíduos, em todas as sociedades, fariam as mesmas associações. Se isso não ocorre, é por que quase nada é natural no ser humano, e o simbolismo das cores é um exemplo de como o que muitos consideram como "natural", na verdade, é fruto de uma construção histórica, social e cultural.

Etnocentrismo e relativismo cultural

Para podermos aprofundar na discussão sobre o homem como ser cultural, devemos discutir a respeito de duas posturas: a do etnocentrismo e a do relativismo cultural.

Na primeira frase, a roupa é bárbara porque é legal, moderna, diferente etc. Essa primeira conotação do uso do termo tem um sentido positivo. Já a segunda frase mostra o uso do mesmo termo, mas com uma conotação negativa. Origem palavra

A palavra bárbaro é de origem latina. A frase de Montaigne fala sobre o etnocentrismo.

Talvez se lembrem da discussão feita na aula de Filosofia; o sentido etimológico da palavra etnocentrismo:

etno = é uma palavra grega que significa povo.

Etnocentrismo é a postura segundo a qual você avalia os outros povos a partir de sua própria cultura.

Logo, o etnocentrismo é uma postura que devemos evitar.

E tentar se colocar no lugar do outro e compreender como ele pensa. Medo do outro e, acima de tudo, medo de nós mesmos.

Logo, não precisamos questionar nossa maneira de agir, pensar ou sentir. Pois, quando olhamos o outro e procuramos genuinamente compreendê-lo na sua diferença, muitas vezes não olhamos somente para este outro. Ao aceitar o outro na sua diferença, muitas vezes somos levados a refletir sobre nós. Ter essa atitude não significa deixar de ser quem você é, e sim, aceitar o outro na sua diferença, colocar-se no lugar do outro. A essa postura damos o nome de relativismo cultural.

Relativismo cultural

O relativismo cultural é a postura segundo a qual você procura relativizar sua maneira de agir, pensar e sentir e assim se colocar no lugar do outro. "Relativizar" significa que você estabelece uma espécie de afastamento, distanciamento ou estranhamento diante de syeus valores, para conseguir compreender a lógica dos valores do outro.

Um importante antropólogo chamado Claude Lévi-Strauss pode nos ajudar nesta discussão sobre o etnocentrismo. Em um artigo que escreveu em 1952 para a Unesco, ele disse que a interpretação e a visão da diversidade se faz em função da própria cultura, e para essa discussão ele usa como metáfora explicativa o trem e o andar do cavalo no jogo de xadrez (LÉVI-STRAUSS, 1980). Ele comparou as culturas com os trens, para falar do etnocentrismo, e, ainda, o desenvolvimento das culturas com o andar do cavalo no jogo de xadrez.

Claude Lévi-Strauss é um dos mais importantes antropólogos do século XX. Quatro anos depois, foi embora do nosso país e desenvolveu, posteriormente, uma das mais importantes correntes da Antropologia: o estruturalismo. Para falar sobre a ideia de que existiriam culturas que não se moveriam ou se transformariam e o etnocentrismo, ele deu o exemplo do viajante do trem: imaginem que cada cultura é um trem e nós somos os passageiros. Nós olhamos o mundo a partir do nosso trem.

Qual é o trem que nós podemos olhar melhor?

Aquele que caminha na mesma direção que o nosso e na mesma velocidade, ou seja, de forma paralela.

Mas, se cada trem é uma cultura, sabemos que as culturas não caminham todas na mesma direção e nem na mesma velocidade. As culturas possuem formas diferentes de observar o mundo. Se uma nos parece parada, isso ocorre porque não conseguimos compreender o sentido do seu desenvolvimento.

Pois, já que a minha cultura é como um trem, muitas vezes não consigo enxergar e compreender o que se passa nos outros trens (nas outras culturas). Lévi-Strauss diz, ainda, que as culturas se desenvolvem como anda o cavalo no jogo de xadrez.

No jogo de xadrez cada peça caminha de uma maneira: a torre em linha reta, o bispo na diagonal e o cavalo em L, ou seja, aos saltos. É equivocado considerar errada e pouco evoluída a cultura que segue uma direção diferente da nossa, como se todas devessem seguir a mesma direção, como se todas devessem andar da mesma forma.

 

https://www.youtube.com/watch?v=HpdPc60mkFA

valdecilima@prof.educacao.sp.gov.br

 

 

        ATIVIDADES AVALIATIVAS:

a) – Defina a origem do termo Etnocentrismo.

b) – Explique o que é Relativismo Cultural.

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